Uma grande tempestade no mar deixa até mesmo os navegadores mais experientes preocupados, mas, ao avistarem um porto seguro, esses valentes profissionais do mar logo são tomados por uma sensação de alívio e segurança. Da mesma forma, o agronegócio brasileiro mostra-se um refúgio no meio do temporal. Como assim?
Esse setor é o único que avança apesar da crise econômica brasileira. Mas como a indústria do campo continua firme neste cenário instável? Que tendências o agronegócio demonstra para os próximos anos? E como a tecnologia está ajudando nesse processo? Acompanhe nosso post!
O que esperar do agronegócio brasileiro?
A agricultura é o único setor que avançou no Brasil em 2015, e a estimativa feita no início de 2016 apontava que a produção de soja ultrapassaria mais de 100 milhões de toneladas.
Essa prosperidade do campo ajuda no retorno do equilíbrio econômico do país, visto que outros setores — como a tecnologia — são beneficiados com o progresso do agronegócio.
Segundo um artigo do jornal Estadão se o Brasil continuar nesse ritmo deverá ultrapassar a produção dos Estados Unidos até 2018.
De acordo com André Pessôa, sócio-diretor da Agroconsult — consultoria especializada em agronegócios —, essa resistência do setor é o resultado de boas práticas agronômicas e do investimento em tecnologias.
Vejamos agora algumas das tendências da indústria do campo que fortalecem ainda mais esse setor.
1. Biotecnologia
A biotecnologia, que é um conjunto de tecnologias, conhecimento e técnicas, é uma realidade no agronegócio e se afirma como uma forte tendência para os próximos anos, pois, com o auxílio dessa área, a agricultura está atingindo resultados antes inimagináveis.
Por exemplo, no passado, para que a produção agrícola crescesse, era necessário que o produtor expandisse sua área de cultivo. Com a biotecnologia, isso não é mais preciso, visto que as técnicas desenvolvidas fazem aumentar o nível de produtividade da região cultivada.
Além disso, a biotecnologia tem produzido sementes resistentes a pragas, adaptadas ao clima e ao solo, e ainda permite a criação de novas espécies de plantas. Em vista desses benefícios, a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) tem investido em estudos de biotecnologia.
Desse modo, no que depender do setor do agronegócio, a biotecnologia será uma parceira de longa data.
2. Fazenda inteligente
Em uma matéria do Globo Rural, Daniela Jorge de Moura, diretora da Feagri (Faculdade de Engenharia Agrícola da Unicamp), ressaltou que nos Estados Unidos e na Europa a fazenda inteligente é uma realidade presente no campo e no Brasil e é uma forte tendência.
Mas o que é uma fazenda inteligente? Esse conceito engloba o uso de tecnologias para monitorar e planejar as tarefas rotineiras de uma fazenda.
Por exemplo, por meio de um software, o produtor pode controlar a nutrição, manejo, sanidade e outras coisas que afetam o bem-estar do animal. Além disso, é possível fazer uma simulação de retorno financeiro do investimento feito com os rebanhos.
Todo esse gerenciamento do processo de produção reduz custos e acelera a produtividade dos empresários do agronegócio brasileiro.
3. Agricultura digital
A agricultura digital conta com a tecnologia para melhorar os processos de plantio. Um exemplo disso são os VANTs (Veículos Aéreos Não Tripulados), que sobrevoam as lavouras em busca de imagens e fazem medições por meio de câmeras e sensores via satélite.
Todas as informações coletadas ajudam a entender com precisão o que acontece na plantação e direciona as estratégias que serão adotadas pelo produtor para o aumento da produtividade e qualidade da colheita.
Outro equipamento que foi apresentado este ano na Farm Progress Show — uma das mais importantes feiras agrícolas dos Estados Unidos — é o trator autônomo. A empresa Case IH, desenvolvedora da máquina, promete revolucionar as técnicas agrícolas com essa novidade.
O veículo, que poderá ser operado remotamente por meio de um dispositivo eletrônico, realizará tarefas como pulverização, preparação do solo, sementeira e colheita. De acordo com a Case IH, a máquina aumentará a eficiência do processo agrícola e reduzirá custos com mão de obra.
4. Armazenamento em silos
Uma tendência que vem crescendo no país é o armazenamento da produção em silos. Segundo o grupo Bayer, no Brasil, 16% da produção agrícola é armazenada — ainda é pouco em comparação como os Estados Unidos, onde esse número chega a 66%.
Entre os benefícios de estocar a produção estão a redução de custos com transporte de safras e aluguel de locais para a secagem e limpeza de grãos. Além disso, o produtor tem a vantagem de comercializar sua produção nas entressafras.
Quais tecnologias ajudam na gestão do agronegócio brasileiro?
Talvez tenha percebido que as quatro tendências do agronegócio brasileiro apresentadas são embasadas em tecnologias, por isso, vamos mostrar a seguir algumas das ferramentas virtuais usadas nesses processos.
ERP
O sistema ERP auxilia na gestão de processos burocráticos, como as tarefas administrativas, comerciais, contábeis e financeiras. Dessa forma, o produtor deixa de lado as anotações manuais e conta com os serviços eficientes e exatos desse sistema. Sendo assim, o empresário pode aumentar sua produção com segurança.
SAP
A aplicação SAP aperfeiçoa toda a cadeia de produção da safra, como gerenciar o volume, o preço, a qualidade, identificar fornecedores, controlar prazos de entrega ou adiantamentos e acompanhar a liquidação final do contrato.
Big data
Essa estratégia de gerenciamento de dados usa tecnologias que permitem aos agricultores reunir informações importantes para seu negócio. O já citado VANT possui essa ferramenta que reúne dados sobre a lavoura, o clima, possíveis ataques de pragas, necessidade de irrigação, etc.
Tecnologia em nuvem
A computação em nuvem tem ajudado os produtores a conectar-se com compradores em potencial, uma vez que por meio da nuvem os clientes sabem quando uma nova safra está disponível para aquisição.
Além disso, essa ferramenta virtual possibilita o armazenamento de informações importantes sobre os processos bem-sucedidos ou não de um ciclo produtivo que servem de parâmetro para o próximo período de safra.
GPS
O GPS na agricultura torna possível o uso dos já citados tratores autônomos e também auxiliam no mapeamento do campo, amostragem do solo, planejamento de plantio, etc. E, mesmo que a visibilidade no campo seja afetada por causa de más condições do tempo, o processo produtivo não é interrompido.
Business Intelligence
Esse sistema oferece o suporte para a agricultura de precisão que envolve a coleta, organização, monitoramento, análise e compartilhamento de dados que ajudarão o produtor na tomada de decisões importantes em seu negócio.
B2B
Por meio da tecnologia B2B, o produtor cria uma rede de integração com fornecedores, empresas, clientes e fisco, facilitando a comunicação entre essas partes fundamentais para o agronegócio.
Para finalizar, diante das perspectivas apresentadas neste artigo, notamos que o agronegócio brasileiro é um setor em ascensão e, devido a isso, tem conseguido equilibrar a economia brasileira. Por meio do auxílio da tecnologia à indústria do campo, alcançará patamares ainda maiores.
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