Klaus Schwab, autor do livro “A Quarta Revolução industrial” (publicado em 2016), conta que “estamos a bordo de uma revolução tecnológica que transformará fundamentalmente a forma como vivemos, trabalhamos e nos relacionamos. Em sua escala, alcance e complexidade, a transformação será diferente de qualquer coisa que o ser humano tenha experimentado antes”. Essa é a definição que podemos dizer da Indústria 4.0.
No mundo dos negócios, o principal impacto deve ser a completa automatização dos processos fabris realizados nas indústrias. Embora muitos processos atuais sejam executados por máquinas, boa parte da cadeia ainda depende de mão de obra. Menos gente trabalhando em indústrias, mais tecnologia e… menos empregos? Nada disso. A seguir, vamos entender como a revolução 4.0 vai afetar as formas de trabalho.
A 4ª Revolução Industrial
Desde o início dos tempos, a humanidade procurou maneiras de diminuir sua carga de trabalho. Conseguimos criar ferramentas e técnicas que melhoraram nossa vida. Por exemplo, da pedra lascada à inovação da faca mais rudimentar de pedra como ferramenta de caça, foi melhorada pelo arco e flecha que nos permitiu caçar valentemente à distância e evoluiu para a criação de uma arma de fogo. Criatividade, inovação e tecnologia tem sido os meios que o homem usa para melhorar sua vida e economizar tempo.
Se você parar para pensar, é fácil perceber como tudo isto mudou várias rotinas da sua vida. Falar com alguém que está em outro continente usando voz e vídeo, movimentar a conta bancária pelo smartphone, ouvir aquela música que não sai da cabeça por um serviço de streaming… pequenas facilidades que mudaram a relação das pessoas com o mundo, com o trabalho e com outras pessoas também.
Tudo isso também já chegou ao mundo dos negócios: batida de ponto online, folha de pagamento em nuvem, coletor de dados para controlar o trabalho em locais distantes. E há muito mais por vir: você já ouvir falar na Quarta Revolução? O conceito é recente e refere-se às indústrias, tanto que é chamado também de “Indústria 4.0” ou Quarta Revolução Industrial.
O mundo está mudando. Não há como contornar esse fato.
A Quarta Revolução Industrial está acontecendo. E, conhecendo ou não, este fato irá afetá-lo.
Bilhões de pessoas e inúmeras máquinas estão conectadas entre si. Através de tecnologia inovadora, poder e velocidade de processamento sem precedentes e capacidade massiva de armazenamento. Os dados estão sendo coletados e utilizados como nunca antes havia sido.
Automação, máquinas que aprendem, computação móvel e inteligência artificial – estes não são mais conceitos futuristas, esta é a nossa realidade.
Para muitas pessoas, essas mudanças são assustadoras.
As revoluções industriais anteriores nos mostraram que, as empresas e as indústrias não se adaptam com novas tecnologias, elas resistem. Pior, eles falham na assimilação à nova mentalidade. Eu acredito firmemente que essas inovações tornarão a indústria – e o mundo – mais forte e melhor.
A mudança trazida pela Quarta Revolução Industrial é inevitável e não opcional. E as recompensas possíveis são surpreendentes: padrões de vida elevados; maior segurança e aumento da capacidade humana.
Para as pessoas, deve haver uma mudança na mentalidade. Por mais difícil que seja, o futuro do trabalho parece muito diferente do passado. Eu acredito que pessoas com ousadia, criatividade e espírito empreendedor abraçarão este futuro, em vez de se apegar ao status quo.
As pessoas podem ser melhores no desempenho de suas atividades com a tecnologia de hoje – e com a tecnologia que ainda está por vir – ao invés de temer que suas habilidades humanas sejam desvalorizadas.
Lembro-me do xadrez. Já ouvimos muitas histórias sobre computadores vencendo até grandes mestres. Mas a história é mais matizada; humanos e computadores jogam de forma diferente e cada um tem pontos fortes e fracos.
Por exemplo, computadores recuão diante de perspectivas desfavoráveis, mas têm a vantagem de armazenar enormes quantidades de dados e são imparciais em suas decisões. Já os seres humanos podem ser mais teimosos, mas também podem ler as fraquezas de seu oponente, avaliar padrões complexos e tomar decisões criativas e estratégicas para vencer.
Mesmo os criadores de máquinas de xadrez artificiais reconhecem que o melhor jogador de xadrez é, na verdade, uma equipe formada por máquinas e humanos.
O mundo sempre precisará do brilho humano, da engenhosidade humana e das habilidades humanas.
Software e tecnologia têm o potencial de capacitar as pessoas em um grau muito maior do que no passado – desbloqueando a criatividade, a percepção e a imaginação latentes dos seres humanos em todos os níveis de cada organização.
O Poder dos dados e informações, amplia o poder de pessoas
Essa mudança permitirá que os trabalhadores na linha de frente, nas fábricas, nos escritórios, na estrada e no campo tomem decisões mais inteligentes, resolvam problemas mais difíceis e façam seu trabalho melhor.
O grande desafio é combinar o poder dos dados e o poder das pessoas em todos os setores globais.
Perceba através do seguinte exemplo:
As locomotivas do Metro, em qualquer metrópole, são movidas por potentes motores elétricos com controles altamente complexos que custam milhares de dólares.
Quando uma dessas máquinas quebra, a companhia perde dinheiro a cada hora que está fora de serviço (para não mencionar o caos e o transtorno causado aos usuários).
Depois que a locomotiva é rebocada para reparos, os técnicos normalmente começam a executar testes de diagnóstico. Isso pode levar horas e, muitas vezes, exigir que os técnicos permaneçam ao lado de motores ruidosos anotando números com base nas leituras de diagnóstico. Esse é o jeito antigo – ou, pelo menos, deveria ser.
Novas soluções tecnológicas
Quando locomotivas operadas por seus condutores entram na oficina para serviços de rotina, todos os diagnósticos já foram executados.
Um software previu quando, por que e como a máquina é capaz de quebrar usando análise preditiva – algoritmos que analisam grandes quantidades de dados gerados pelos mais de 250 sensores em cada locomotiva.
Esses sistemas examinam esses dados dentro do contexto de máquinas semelhantes, especialistas no assunto, normas da indústria e até mesmo clima. Se houver um problema, é detectado e a locomotiva é direcionada para uma instalação de reparo.
Um mecânico pode simplesmente pegar um tablet e identificar em poucos minutos exatamente o que está prestes a quebrar, assim como o histórico da máquina e as condições em que ela está operando.
Loop virtuoso
Isso deixa o mecânico para fazer o que ele faz melhor: consertar, usando sua experiência, julgamento e habilidade. Suas decisões e ações mecânicas tornam-se dados que são devolvidos ao software, melhorando as análises e as previsões para o próximo problema.
Então, a tecnologia não substituiu o mecânico, mas capacita-os a fazer o seu trabalho melhor.
Da mesma forma que mestres de xadrez e computadores trabalham melhor juntos, o mecânico usando habilidades humanas que uma máquina não pode replicar: engenhosidade, criatividade e experiência. A tecnologia, por sua vez, detectando problemas que eram desconhecidos e invisíveis aos olhos humanos. O resultado proporciona qualidade, produtividade e redução de custo.
Em suma, quando o mecânico e a tecnologia trabalham juntos, o trabalho é feito mais rapidamente, com menos erros e melhores resultados.
Multiplique isso em todos os setores: aviação, energia, transporte, cidades inteligentes, manufatura, recursos naturais e construção.
A produtividade que desencadeia pode ser uma reminiscência do que o mundo viu no advento da 1ª revolução industrial. Mas o impacto da Indústria 4.0 será muito mais amplo e profundo que o primeiro. Pois teremos o conhecimento, o talento e as ferramentas para resolver alguns dos maiores problemas do mundo: fome, mudanças climáticas, doenças.
As máquinas nos fornecerão o insight e a perspectiva que precisamos para alcançar essas soluções. Mas elas não vão fornecer o julgamento ou a engenhosidade. As pessoas sim.
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