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Capital de Giro: entenda esse conceito!

Um dos conceitos que devem ser amplamente conhecidos e bem utilizados pelos empresários é o da necessidade de capital de giro (NCG). Todo negócio precisa trabalhar a fundo esse tema, para não sofrer no futuro com a falta de recursos para manter suas operações e fazer o pagamento de fornecedores e funcionários.

Afinal, se trata de uma definição econômico-financeira relacionada aos ativos circulantes, em contrapartida dos fixos, utilizados para a compra de equipamentos, móveis, máquinas e demais bens que o empreendimento precisa para manter a continuidade de suas operações.

Portanto, é necessário realizar o cálculo de NCG com o máximo de precisão, pois, se trata de um indicador importante sobre o orçamento que a organização precisa para se manter ativa e competitiva no mercado. Continue a leitura para conhecer mais detalhes sobre o assunto!

Compreendendo a NCG

A NCG indica quando o negócio necessita de capital de giro para manter suas atividades em funcionamento. O índice também ajuda o gestor revelando se ele deve buscar recursos em outros lugares, além do próprio caixa, como em bancos ou por meio da captação de novos investidores, por exemplo.

Dessa forma, a NCG indica um caminho mais seguro a seguir, mostrando se a empresa está estruturada financeiramente para prover o seu capital de giro ou se há a necessidade de readaptar o planejamento financeiro para se adequar à realidade atual do empreendimento.

NCG conforme balanço patrimonial

Uma maneira fácil de calcular o NCG é usando o balanço patrimonial. Deve-se considerar o total das contas a pagar e a receber, o estoque, o dinheiro disponível em caixa, nos bancos e possíveis empréstimos.

Podemos definir da seguinte maneira:

  • ativo circulante: estoque, dívidas dos clientes e de outras pessoas, dinheiro em caixa, depósitos bancários e assim por diante (bens e direitos que poderão ser transformados em capital);
  • passivo circulante: empréstimos, títulos a pagar, salários, impostos e outras coisas.
  • Nesse caso, temos a seguinte fórmula:

NCG (balanço patrimonial) = contas a receber + estoque – contas a pagar

Exemplo = valor a receber (R$ 30.000,00) + valor em estoque (R$ 50.000,00) – contas a pagar (R$ 40.000,00) = necessidade de capital de giro (R$ 40.000,00)

Caso a NCG apresente resultado negativo, isso é sinal de que o valor das saídas é superior ao das receitas. Portanto, deve-se buscar o capital de giro em fontes externas, para que o empreendimento não entre em crise financeira.

NCG conforme o ciclo financeiro

Nesse caso, consideram-se as vendas realizadas pela empresa. Essa avaliação é importante, já que praticamente todas elas fazem essa operação a prazo. Quando isso acontece, o empresário está financiando o comprador.

Então, se ela tiver que saldar suas próprias dívidas com fornecedores em um prazo menor do que o estipulado para receber o pagamento de seus clientes, naturalmente a necessidade de capital de giro será maior para que seja possível manter as operações do dia a dia.

Nesse cálculo, a NCG considera os prazos médios para receber e os prazos médios para pagar. O resultado é a quantidade de dias que faltam para que a empresa realmente precise de mais capital de giro. Eis a fórmula:

NCG = prazos médios para recebimento – prazos médios para pagamento

A escolha de um dos métodos de cálculo dependerá das necessidades da organização no momento atual. Pelo ciclo financeiro, que é mais comum, basta prever a necessidade de capital de giro por meio da alteração dos prazos médios ou na quantidade de vendas diárias.

NCG negativo e NCG positivo

Em muitos casos, a necessidade de capital de giro se apresenta como um investimento, isto é, trabalha com o ciclo financeiro positivo, no qual as suas próprias reservas podem ser utilizadas. No entanto, existem determinadas ocasiões em que essa situação se inverte e demanda maior estratégia por parte do gestor.

Por exemplo, pode ocorrer uma emergência, na qual é preciso usar a NCG como fonte de fundos para o pagamento de débitos. Isso pode acontecer quando a organização precisa interromper parte de suas linhas de produção ou quando passa por falência ou concordata.

50% dos maiores grupos de indústrias da Europa e um terço das grandes empresas do Brasil apresentam NCG negativo. Essas empresas recebem dinheiro antes de efetuar seus pagamentos. No caso das que trabalham com o índice positivo, ocorre o inverso: as saídas de dinheiro acontecem antes das entradas (elas pagam primeiro para receber depois).

São três os motivos principais para uma companhia apresentar ciclo financeiro negativo:

  • modelo de negócio;
  • potencial da empresa face aos fornecedores e aos clientes;
  • empreendimentos que recebem pagamento adiantado por bens em produção.

Diferenças entre fluxo de caixa, capital de giro e necessidade de capital de giro

Alguns empreendedores, principalmente no início de suas atividades, costumam confundir esses termos. No meio, é bastante comum encontrar pessoas que acreditam que fluxo de caixa e capital de giro são a mesma coisa, o que não condiz com a realidade.

Para sanar dúvidas, vamos conhecer cada um deles.

Fluxo de caixa

O fluxo de caixa nada mais é do que uma ferramenta de gestão. Por meio dela, o gestor consegue identificar as receitas e saídas de seu negócio, incluindo o intervalo de tempo entre uma ação e outra.

É um excelente caminho para entender o porquê de a conta corporativa estar negativa quando, na verdade, as vendas estão em alta e o saldo deveria ser positivo.

Capital de giro

Capital de giro é a soma de todos os recursos aplicados em caixa, incluindo investimentos bancários, ativos de estoque e valores a receber de seus compradores. Na prática, é tudo aquilo que oferece liquidez e pode ser convertido em dinheiro, para financiar seus processos operacionais.

Necessidade de capital de giro

Já a necessidade de capital de giro caracteriza a quantidade de recursos indispensáveis para manter o empreendimento em operação, a partir da análise do fluxo de caixa. Basicamente, ele é calculado pela diferença entre as aplicações de recursos e suas fontes, que pode ser realizado em projeções de curto ou longo prazo.

Riscos de uma má gestão do capital de giro

Quando o capital de giro é gerenciado de maneira incorreta ou o empresário não trabalha com um sistema ERP, seus riscos operacionais são significativamente mais altos, tornando a empresa mais propensa a trabalhar com o NCG negativo, o que pode comprometer sua estabilidade financeira e, até mesmo, a continuidade de suas atividades.

Em muitos casos, uma gestão ineficiente aliada a um planejamento desestruturado faz com que empresários tenham de recorrer às instituições bancárias para contrair empréstimos e financiamentos, a fim de quitar as dívidas corporativas.

No entanto, ao optar por esse caminho, a companhia se coloca em uma situação ainda mais frágil, já que é obrigada a pagar juros altos, contratos e termos diversos, que podem levá-la em médio e longo prazo a um patamar ainda mais complexo.

Vale ressaltar que esse indicador mostra ao mercado a confiabilidade da empresa. Ou seja, se ela tem muitas dívidas, mostra pouca capacidade de gestão e estratégia ineficiente. Portanto, o ideal é fazer um planejamento financeiro adaptado à sua situação, para trabalhar com a metodologia adequada, sem o risco de partir para o superendividamento.

NCG positivo e CGL negativo

Para manter seu orçamento sob controle, não basta fazer somente o cálculo da necessidade de capital de giro. Deve-se analisar esse aspecto por inteiro, para alinhar o seu resultado aos objetivos da empresa e conseguir crescer, mesmo em tempos de crise.

É quando entra o conceito de Capital de Giro Líquido (CGL), também conhecido como folga financeira. Na prática, são todos os recursos disponíveis financiados pelo passivo exigível ao longo prazo e de fundos próprios (Patrimônio Líquido), não imobilizados no ativo.

Em poucas palavras, o CGL é a parcela de ativos de curto prazos financiados por bens de maior solidez. Assim sendo, quanto mais alto o índice, menor é o risco da companhia. Porém, sua rentabilidade também é mais baixa, já que as aplicações que geram receitas ficam comprometidas para garantir o capital de giro.

O NCG positivo mostra que se está com superavit — faturamento acima dos custos — dispensando a necessidade de recorrer a outras fontes de recursos, nem a créditos em bancos. Denota um bom gerenciamento e controle financeiro.

Já o CGL negativo apresenta a situação oposta: deficit no capital de giro, no qual parte de seus recursos são advindos de terceiros, o que sujeita o empreendimento a despesas substanciais com o pagamento de juros resultantes de empréstimos, representando um quadro de maior risco e menor confiabilidade associados ao negócio.

As demandas de curto prazo — tributos, custo com mão de obra, despesas operacionais, entre outros — não devem ser utilizadas para custear ativos permanentes, sob risco de ficar sem capital imediato disponível e se endividar.

Também não é recomendado que o ativo constante — reservas imediatas, receitas a receber em curto prazo, estoques, investimentos — tenha o mesmo valor do passivo, a fim de evitar problemas nas contas corporativas.

Ainda que se trabalhe com uma operação rentável e margens de lucro satisfatórias, o empresário precisa ter em mente que a administração do capital de giro deve ser realizada com planejamento e estratégia, para manter as finanças saudáveis, evitando a aquisição de crédito externo.

Portanto, é preciso ter bastante conhecimento e atenção à gestão do capital de giro, porque se ocorrer qualquer tipo de erro, inconsistência ou uma tomada de decisão desastrosa, toda a operação financeira poderá ser abalada, levando a desequilíbrios e até mesmo a sua quebra, o que pode ser evitado com a adoção de um software de gestão financeira.

Como podemos analisar, a necessidade de capital de giro é um referencial de grande importância para calcular o volume mínimo de recursos que a empresa precisa para se manter em funcionamento e se será possível adquirir os recursos de fonte própria ou a partir de terceiros.

Se você gostou do artigo, não perca a oportunidade de usar a inovação para alavancar seus resultados corporativos e gerar maior diferencial competitivo para o negócio. Aproveite e confira também o nosso post “6 dicas de ouro para sua empresa driblar a crise usando a tecnologia”!

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